A história do Lar da Amizade é repleta de perseverança, da bondade e da consciência social de Senhora Adolfina Quaresma. Ela ficou cega aos dezenove anos, vítima de glaucoma que se desenvolveu a partir dos 14 anos e, segundo ela, “como já vivia neste meio, pois lecionava para cegos, foi mais fácil aceitar a falta de visão". Senhora Adolfina lecionava Braille no Instituto Santa Luzia, aonde os cegos iam estudar e se reabilitar posteriormente no centro Luis Braile. Durante as aulas, eles contavam sobre sua vida e o quanto as coisas eram difíceis e sofridas. Não tinham onde ficar, dependiam de transporte e de outras pessoas que os ajudassem. Senhora Adolfina se comoveu com essas histórias e, sem saber, começou um trabalho que, hoje, é uma lição de vida. Procurou entidades governamentais, associações de cegos e outras entidades para que construíssem, aqui, em Porto Alegre um lugar onde essas pessoas pudessem ficar. Não obtendo retorno, fez de sua casa um local para abrigar pessoas cegas. Toda a luta para a fundação do Lar da Amizade pode ser registrada na seguinte frase dela ”Eu não tenho capacidade, eu não tenho dinheiro, mas eu tenho a vontade e o local e, pensando assim, comecei!”.